quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Enquanto durar

"Hello helicopter,have you heard the news?
No one gives a shit about the things they do
We all waste and consume, destroy and ruin everything we touch
It's easy not to think when you're not told that much"

(Imagem: healersmoon)



É isso de deixar dormir.




Eu tenho essa coisa assim. De me sabotar. Sempre que alguma coisa vai dar certo, que eu estou relativamente feliz, eu congelo. Sei lá qual a razão. O que eu sei é que em tempos em que eu acordo assim, nesses picos eufóricos, logo depois eu caio forte na conhecida realidade. É a confusão, é o não saber o que fazer.

Tem quem diga que é porque eu gosto de ser triste. Eu não sei se eu gosto de ser triste. Eu acho que eu conheço o ser triste, então é mais fácil pra mim. Eu sei me virar com a minha melancolia, com a minha solidão, com esse meu jeito meio bicho do mato de ser. Eu sei me virar com o rabiscar paredes, com as lágrimas, com as portas trancadas, com o telefone não tocando. Porque é o meu lugar comum.

Mas me é estranho os sorrisos constantes, o bem me quer, os carinhos gratuitos. O frio bom na barriga, o fácil respirar, os saltos, os telefonemas por saudades, o belo. Eu queria ser mais assim, mais de belo do que de estranho. Ou talvez eu não queira. Talvez eu queira apenas me sabotar menos.

Sei lá. E esse cheiro de coisa nova. É isso de acordar e gostar de saber o que vem pela frente. De saber que, mesmo tão perdida quanto sempre, ali dobrando a esquina tem muita coisa pra se encontrar. Até eu me sabotar mais uma vez. Mas, por enquanto, é só o deixar esquecer o incômodo.

É deixar dormir.



Pra ler ouvindo: Motion City Soundtrack - "Hello Helicopter"




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