quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Despedida.

"Maybe you've forgotten how good your world can be
So put aside your advice empty
And kiss the lips of your love And know that fate is what we make of it
Please break it
Before it kills us"

(Foto: Camila Villa)
Eu sabia que esse dia iria chegar, era só questão de tempo. Então ele chegou.
Sabe como foi? Eu acordei com aqueles pensamentos xoxos de todos os dias, mas no fundo eu mantinha aquela espectativa de rir, de encontrar algo que me deixasse feliz e me fizesse sentir mais completa, pelo menos um pouco.

E apesar de tudo eu estava tão na paz, foi então que meu mundo desmoronou. Minha primeira reação foi um gelo. Gelei inteira, dos pés até a raiz do cabelo. Em seguida voltei a ler, e ler, e ler, e ler na tentativa de entender o que de fato estava acontecendo até que a ficha resolveu cair e meu coração apertou, minhas mãos ficaram tremulas e meus olhos quase lacrimejaram. Me contorci inteira para não chorar em frente do meu colega de trabalho, fui até o banheiro, lavei o rosto, passei pela cafeteira, peguei um café, me sentei e novamente li. Minha cabeça começou a girar, encostei na cadeira fiquei ali por alguns segundos e peguei outro café. Muitos dizem que faz mal tomar no nervoso que só piora, pra mim sempre melhorou. Só nesse periodo foram seis copos, mais 3 ameaças de choro, mais a saliva descendo com dificuldade e o coração apertando.

Doía, mas doía tanto, como nunca doeu antes. Eu esperava por isso a muito tempo, mas eu ainda tinha a esperança que não acontecesse. Foi um baque, foi um balde, alias, daqueles com a água bem gelada e com cubos de gelo, além de cair ainda me machucou a cabeça, digo, o coração.

Antes de me despedir de vez eu preciso ser sincera, com você e comigo mesma. Há algum tempo eu já pensava nesta despedida, eu não queria, mas sabia que para o meu bem seria preciso. Tudo que a gente viveu foi tão bom, tão lindo, tão surreal, mas tudo que é surreal de mais um dia acaba. Acabou!

Eu nunca entendi o seu "Não vai dar certo", continuo a não entender e assim será por muito tempo ainda, mas eu passei a enxergar as coisas diferentes e pra mim achei um sentido pra isso, aos meus olhos, entende? Nunca daria certo porque eu não sou pra você, alias, você não é pra mim. Por mais igual que a gente seja, nós não nos completamos, e nunca nos compleariamos. Meus gostos e meus planos são diferentes demais dos seus. Como minha mãe disse uma vez, eu sou a menina das artes e você o garoto da tecnologia, e com isso nos estamos no mesmo mundo, mas em hemisférios diferentes, que até se ligam, mas que estão distantes. De fato, você jamais poderia me acompanhar nos meus shows de música nacional e eu jamais poderia acompanhar você no seus filmes à lá Transformers.

Eu sempre falei que queria uma pessoa dinâmica e interativa, e você é metódico demais. Mas isso não é uma critica, é apenas seu jeito e eu respeito, assim como o meu sempre foi respeitado. Respeitar não é acompanhar, muito menos gostar.

Não tenho nada contra ela. Nada mesmo, não a odeio, não a detesto nem desejo que ela morra enforcada com o fio do fone de ouvido do ipod. Não. Pelo contrario, eu desejo que ela seja feliz ao seu lado, e que você consiga dar a ela o que nunca deu a mim. Eu sei que serei rude, áspera, mas eu sei que você me conhece bem e que você entende. Afinal, você deve ter passado por isso tantas vezes em relação a mim que uma hora eu teria que recompensar...

Agora eu me dispeço. Eu não quero atrapalhar em nada, e eu acho que para o meu proprio bem vai ser melhor. Talvez você nem perceba minha ausência, ou talvez sinta muito por ela. Mas compreenda que é apenas para um bem, e que um dia eu talvez tenha forçar pra voltar, e sem nada no peito que me doa e que me entristeça toda vez que nos vermos.

Agora sinta-se abraçado e não olhe para trás. Porque eu não vou olhar. Sempre acreditei que quem olha tem a esperança de algo, e eu não tenho mais.
Quanto aquele presente que você me deve, quarde-o. E apenas lembre do seu aniversário de 2009 ao olhar pra ele. Quem sabe um dia eu não volto para busca-lo...

Para ler ouvindo: Você vai lembrar de mim - Nenhum de nós.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Nada sobre o novo ano

"And she knows her life is changing
It's never easy letting go
For the first time you are mortal
As the child before you grows
And she wonders at the sight
Of the joy that she has found

Even closer than this life
Closer than your faith
Closer than the things that you hold dearly
And in vain
Closer than this life
Falling through again
Giving more than anything
That you could hope to win"

(Imagem: monislawa)
Então é velho-novo ano.



Eu sei lá. É tudo isso e não é nada. Cansei desse deja vu em loop, mas eu gosto de sentir esse voltar das coisas que me dão frio na barriga adolescente. Essa novidade antiga que me tira os pés do chão e me joga de volta com toda a força que me puxa pra baixo.

É novo ano, e eu nem sei. Tenho muita coisa pra agradecer e planejar. Eu escrevi um texto enorme que entitulei "As três coisas mais absurdamente extraordinárias - que eu nunca pensei que fossem me acontecer - de 2010". Sim, se esse é o tamanho do título, imagina o tamanho do texto. A idéia original era dividir em 3 partes e ir postando aqui no blog. Mas aí mudei de idéia, não vou mais postar, não é o momento. Talvez eu mande só pra quem é importante e eu cito no texto.

O texto fala de pessoas muito mais do que de coisas, na verdade. Porque as coisas só são extraordinárias e absurdas quando as pessoas as fazem assim. As pessoas que a gente encontra, reencontra, conhece e reconhece pelo caminho é que são as variáveis dessa equação inifinita que a gente vive.

Ao longo do ano passado eu descobri que escrevo melhor quando eu me sinto bem. O que foi uma surpresa, porque eu sempre achei que pra escrever melhor era necessário uma coisa de melancolia explícita, ou pelo menos subentendida. Mas as palavras me vem mais fáceis quando eu me sinto feliz, seja lá o que feliz queira realmente dizer.

E é por isso que essa minha falta de vontade de escrever nos últimos tempos tem sido estranha pra mim. Porque eu tô bem. Mas é essa preguiça. Esse tédio quase suicída que eu vivo ultimamente. É como se eu estivesse parada olhando o mundo girar ao meu redor. E eu não vejo a hora de voltar a girar e viver com o mundo.

E existe essa coisa que tem me incomodado ultimamente. Esse monte de sentimentos novos e velhos que eu não sei definir - mas que eu queria. Porque me faz mal e bem, e me deixa confusa e bagunçada de um jeito complexo demais para esse minha fase simples compreender. É esse descaso conjunto que me desmotiva.

Eu preciso respirar mais inspiração, e menos paranóia. Não dá pra tudo ser sempre do meu mau jeito, no meu bad timing.



Pra ler ouvindo: "Closer" - Better Than Ezra