segunda-feira, 30 de maio de 2011

Descobrindo

"I miss the years that were erased
I miss the way the sunshine would light up your face
I miss all the little things
I never thought that they'd mean everything to me
Yeah I miss you
And I wish you were here"



Eu gosto de olhar para as pessoas e saber que elas são parecidas comigo de alguma forma, e gosto mais ainda de saber que eu posso confiar nelas. Gosto de parar para pensar e ver que eu consigo separar as coisas, que amizade nem sempre é amor, que amor nem sempre é amizade, que sexo não é amor, e que amor não é sempre sexo, por ai... Gosto de ver que as coisas estão dando certo e eu espero que elas continuem assim porque eu estou feliz assim, e por enquanto me contento com isso.

Quatro meses atrás eu fiz a minha ultima postagem aqui e prometi para mim mesma que a partir de então colocaria um ponto final em tudo que me fizesse mal, que me desgastasse, que me estressasse, que me entristecesse e me deixasse nervosa, independente do que fosse, no trabalho, na faculdade, com as pessoas: amigos, amores, familia... E assim eu fiz.

Na faculdade não tive o menor trabalho, eles mesmos dividiram a sala em três partes, com isso me afastei de alguns e me aproximei de outros. Mentira, só continuei proximas dos mais chegados mesmo. No trabalho eu me demiti, mas aprendi bastante coisa com as pessoas bacanas que eu conheci lá, me afastei das pessoas que me machucavam de alguma forma, de algumas eu me afastei pra sempre, de outras eu já me reaproximei de forma simples e continuo olhando outras de longe.

Descobri e tenho descobrido muitas coisas interessantes sobre mim mesma, descobri que eu não levo mesmo jeito pra ser jornalista e que eu deveria ter feito medicina mesmo desde o começo, na verdade, talvez eu até leve jeito pra ser jornalista como algumas pessoas falam, mas não é exatamente o que me agrada, o que eu quero fazer forever. Descobri que sou muito boa em criar histórias, que algumas pessoas não são tão parecidas comigo como eu pensava e que a minha motivação sempre esteve ao lado de casa.

Eu também descobri quem são as pessoas que eu gosto de verdade, que quero pra sempre, as que pra mim tanto faz e as que me motivam a fazer coisas boas. Descobri que eu tenho uma boa vocação para ser cabelereira e que eu gosto muito mais de internet do que eu pensava.

Mas eu também conheci muita coisa legal durante esse tempo. Eu conheci o cara que fez aquele video louco do arco-íris, conheci muitas 'web celebs', muitas pessoas legais, e uma que eu conhecia desde o ano passado e que apesar de tudo, tem me surpreendido cada vez mais a cada dia que passa.

Aprendi bastante coisa também, por exemplo, a não acreditar mais tanto em algumas coisas que podem ferir, a não dar tanta importância a coisas, pessoas ou ao passado, a estudar de um jeito melhor, a separar todas as coisas, todas as minhas relações com as pessoas que eu gosto e a sentir as coisas de um jeito mais intenso mas com diferenciação de uma coisa ou outra.

E eu tenho me sentido tão bem assim, e eu tenho gostado tanto de tudo isso.

Para ler ouvindo: A Balada da Contramão - A Banda Mais Bonita da Cidade

domingo, 29 de maio de 2011

Desafios

"I want something
That's purer than the water
Like we were

It's not there now
Ineloquence and anger
Are all we have

Like Saturn's rings
An icy loop around me
Too hard to hold"



É isso de, no fundo, já ter decidido.


A gente muda, o mundo muda, as situações, as pessoas, os sentimentos, as estações. É frio que amo, dia azul que aquece o peito de quem sabe o que é melhor, que vai ser melhor, o que já é. Eu já sou.

É só colocar cinco anos para trás, e ver como tudo é diferente e igual, e mais bonito. É mais cansado, mais vivido, mais cheio de cor e completo. É mais cheio de gente, e de um certo tipo de amor de gente grande. De amigos, de gente nova, de esperança. É Amanda, Natália e Barbara, e é Camila, Victor, e Erik, e Guilherme e Vinícius, e Rafael e toda essa gente, e tantas outras, nova e velha e querida.

Eu amo fazer o que eu faço. Eu vou trabalhar todos os dias, como se eu fosse uma criança indo brincar de fazer castelos de areia na praia, em um dia azul e frio, com o vento desmanchando os cachos loiros e enchendo os olhos azuis de areia e carinho.

E eu amo tudo e todos, e nada e ninguém. Eu deito e sonho, e levo essa agonia temporal de quem não sabe o quanto isso ainda vai durar, dentro de um peito que não tem espaço pra outro tipo de amor.

Talvez eu decida. Talvez, no fundo e de toda a verdade, eu já tenha decidido.


Para ler ouvindo: Snow Patrol - "It's Beginning To Get To Me"

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Confusão fragmentada

'Find yourself a new frontier
Cause life is going, going gone

Fly yourself away from here 'til you're clear

Before it's going, going, gone


Say it loud and in the light

For it's going, goin
g gone
Shake the hands, the hands that pick people fight

Cause life is going, going gone'



We live until we live no more

É difícil. Isso de sentir sabe-se lá o que. As pontas dos meus dedos tocam esse qualquer coisa de esperança, que chega e balança as paredes das minhas metas já estabelecidas. Eu quero respirar fundo, mas o ar não vem. É como respirar o tempo todo uma brisa confusa de passado e hortelã.

Eu fico pensando se eu vivo mesmo essa progressão natural continuada, ou se sou eu forçando uma alegria disfarçada. Se eu forjo os sentimentos em aço martelado, ou se eu forjo uma farsa de vida combinado com uma vontade de querer todas as coisas que eu nunca vou ter coragem de conquistar.

O frio na barriga que dá antes do primeiro beijo, a nuca, o fechar dos olhos, o acelerar do cérebro, a imaginação pulsando pequenas idéias absurdas e abstratas que não fazem o menor sentido, mesmo se você contextualizar no espaço-tempo mais oportuno. É querer tocar, morder, sentir... mas não sair do mesmo lugar!

Eu arranho a mesa, as portas, a pele e a esperança. É enxergar por entre a neblina e o pó, e perceber que você só vê aquilo que você não pode ter, e continuar tentando, rastejando por uma chance que nem ele, e nem ninguém, merece querer te dar. É aquele espaço entre o sono, o sonho e o despertar.


Negrito Itálico
Cor do texto
Para ler ouvindo: Kings Of Leon - Frontier City

sábado, 14 de maio de 2011

Tudo o que é importante. Tudo o que é interessante.

'Whose eyes am I behind?
I don't recognize anything that I see
Whose skin is this design?
I don't want this to be the way that you see me

I don't understand anything anymore
And this web that I'm tied up
Is taking me right up these walls
That I climb up
To get to your story
It's anything from ordinary'


Alinhar ao centro

A vida não é apenas um bando de gente tentando encontrar um instante que já aconteceu.

No jornalismo eu aprendi que um jornal se divide basicamente em duas categorias: de um lado, tudo o que é importante. Do outro, tudo o que é interessante. “Hard news” e “soft news”. O que é “quente” e o que é “frio”.

Por muito tempo, eu vivi colocando meus planos, meus sentimentos, minhas dúvidas, meus amigos, tudo, em colunas separadas por linhas imaginárias. Aqui ficam minhas prioridades, ali eu isolo os meus medos e tristezas, deste outro lado eu deixo fulano de tal esquecido nessa gaveta empoeirada. Era a minha versão do importante e interessante.

Hoje, I do know better. Não dá para levar a vida como se fosse colunas de jornal. A gente não isola a dor, a gente não fica feliz ou infeliz como se abrisse ou fechasse a porta de um armário. Nós não diagramamos nossas páginas no In Design.

A gente vive o inesperado, a gente chora de alegria, sorri de nervoso, sente dor porque gosta demais e culpa porque gosta de menos. E conhece pessoas, reencontra histórias, revive momentos. O que é importante também é - e deveria mesmo ser - interessante.


Para ler ouvindo: Train - 'Ordinary'