"There´s a friend that I have
And for her I´ll go back
You see all of these empties that I´m holding
They are too much for a girl
Empty arms, empty hands
And she´ll know me by the sound of my hoping"
Playing Hide and Seek
Me deixa exasperada. Isso. De perder o controle das coisas, sabe? Dos sentimentos, dos acontecimentos, das situações, dos sorrisos, dos desesperos, das trivialidades bestas... Das confusões. Porque eu tento controlar as minhas confusões. Porque eu tenho um esquema confuso das minhas instabilidades que só eu e alguns poucos entendemos. Eu organizo os meus medos e pretensões e paradoxos em caixas coloridas que eu controlo, procuro e encontro sempre que me convém.
Mas, às vezes, perder esse controle é surpreendentemente bom. Era Abril, talvez Maio. Talvez já fosse Maio com cara de fim de Abril. Isso não importa. O que importa é que já era noite, e por resultado de um conjunto absurdo de situações aleatórias, tudo girava num espiral confuso que causava um aperto desesperado no peito e uma vontade imensa de fugir, e gritar, e chorar e não sentir nada. Silêncio. Uma preocupação inesperada, de duas partes tão estranhas e tão inconsequentemente iguais, algumas perguntas desconexas, respostas ainda mais desconexas, confusões diferentes que não faziam sentido nenhum e que naquele momento se tornavam claramente sensatas. E um abraço. Um abraço que parecia mais uma brisa fresca que aliviava o coração, secava as lágrimas, tirava o peso. Uma coisa meio assim, de paz.
Paz. Como viver brincando de esconde-esconde sozinho, e finalmente encontrar alguém que fazia o mesmo, e entender que tudo o que você precisava era de alguém pra brincar com você. Como se fechar os olhos para contar até dez não fosse mais uma coisa tão solitária. Como se nunca tivesse sido. É ir, aos poucos, perdendo o medo de se esconder, e achando um jeito de se encontrar.
'A gente é igual.'
Pra ler ouvindo: Josh Ritter - "Empty Hearts"
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