quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Á longo prazo

"Something has to make you run
I don't know why I didn't come
I feel as empty as a drum
I don't know why I didn't come"

(Imagem: littlemewhatever)


(para alguém, ou ninguém, em algum lugar...)


Eu sou sempre os extremos, em tudo o que eu faço e vivo. Meu humor varia da mais depressiva tristeza á mais enérgica alegria em questão de minutos. E nem tente acompanhar ou entender isso.


Eu vou me isolar e me trancar por dias. Não vou atender ao telefone, nem a campanhia, e nem vou abrir os meus e-mails. E quando tudo isso passar, eu vou te ligar no meio da madrugada pra dizer que eu sonhei com tulipas azuis, ou no meio da tua aula pra contar que um beija-flor voou no meu quintal.


Quando eu ficar brava ou com ciúmes (ou as duas coisas!), eu vou te ignorar sem te dizer o motivo. Vou ser estúpida o tempo suficiente pra perceber o tempo que eu estou perdendo, e então eu vou aparecer na saída do teu trabalho e te abraçar como se nunca o tivesse feito antes.

Dificilmente você irá me ver chorar. Mas isso não significa que não está doendo ou que eu não me importo. E eu sou pessimista, sim. Mas só em relação a mim. Quanto ao resto do mundo, até que eu sou bastante otimista.


Quando a gente brigar, e eu sei que a gente vai, eu vou me torturar com músicas depressivas até quase enlouquecer. E aí eu vou perceber que eu mal posso esperar para te ver de novo, e fazermos as pazes.


Eu comecei a escrever como uma forma de liberar e esquecer os meus medos e frustrações. Hoje em dia, escrever é só mais uma das minhas incontáveis frustrações. E eu odeio acordar com alguém me cutucando. Isso afeta o meu humor pelo resto do dia.


Eu vou te odiar se eu descobrir que você mentiu ou me enganou de alguma maneira. Mas vou me odiar ainda mais quando perceber que você fez com que eu me enganasse também.


Eu já fiz coisas que me deixaram triste só pra ver alguém que eu amava feliz. E também já fiz coisas ruins pra me sentir vingada, ou justiçada, diante de algo ou alguém. E, acredite, á longo prazo, nenhuma das duas situações valeram a pena.

Eu sou uma ótima ouvinte, uma boa conselheira, e uma falante regular. Me expresso melhor escrevendo (não que isso signifique muita coisa...). Eu já criei e fiz coisas boas e ruins. Já acertei muitas vezes, e errei outras infinitas vezes. Infinitas, pois eu sei que ainda há muito pra se errar.

O céu é maravilhoso. Especialmente à noite. Não há nada mais libertador do que deitar na areia e ficar olhando o céu aberto e limpo. A sensação de impotência e importância que isso me dá é impossível de se descrever. E a insônia não é uma constante, mas ela faz parte da minha vida. E provavelmente sempre fará.

Me carregar no colo tem um significado quase que simbólico pra mim. Coincidentemente ou não, todas as pessoas que eu mais amei, em algum momento, me seguraram, me ampararam e me levaram no colo.


O inverno é a estação mais perfeita e mais triste do ano. O frio e a garoa fininha me dão uma sensação de paz , aconchego e agonia. É sempre em dias assim que eu dou mais valor as coisas que eu tenho e as pessoas que conquistei.


As minhas feridas mais profundas vão sempre doer. O que muda é a intensidade, mas elas vão sempre estar aqui. E não, não há nada que você e nem ninguém possa fazer pra deter ou melhorar isso.


Você nunca vai saber exatamente tudo sobre mim. E nem eu sobre você. E, definitivamente, é melhor que seja assim. E ficar sozinha é essencial para o crescimento humano e espiritual. Mas não deixe que eu cresça demais, senão eu fico inalcançável. E eu tenho uma enorme dificuldade pra perceber esse limite. E nunca se esqueça que inalcançável não significa inatingível.

Exatamente por viver sempre em sentimentos e situações extremas, acredito que a plenitude da vida encontra-se no equilíbrio. No equilíbrio das emoções, sensações, sentimentos, relações e princípios. Quanto mais perto desse epicentro se está, mais perto da felicidade você consegue chegar. Mas esse é um conceito e uma crença minha, e ninguém precisa acreditar ou concordar comigo.

E, por fim, o tempo é amigo e inimigo. É o carrasco e o juiz de todas as coisas. Mas é imutável, e por isso existem fatos que nem mesmo ele pode apagar ou consertar...

E tudo isso foi só pra dizer que, no fundo, e ao final de todas as coisas, sempre, eu te amo.

Pra ler ouvindo: Norah Jones - "Don´t know why"

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